Eis algo que todas nós gostaríamos de saber: Que tipo de mulher os homens idealizam?
O editor-executivo da Revista ÉPOCA, Ivan Martins, descreve "A Mulher Ideal". Compartilho...
"Ao pensar na mulher ideal, não me vem à cabeça uma lista como aquelas captadas pelas pesquisas americanas, em que se enumeram características bem específicas. Recentemente, uma sondagem de opinião com as mulheres da Geração Y (que ainda não fez 30 anos) descobriu que o homem ideal, além de bem-sucedido, bonito, seguro, sensível e inteligente, além de atleta, gourmet e hábil administrador financeiro, deveria ser também “inspirador”. O que diabo quer dizer isso?
Não. Quando eu penso na mulher ideal tendo a olhar para trás e fazer um apanhado das características das pessoas que passaram pela minha vida. Lembro delas e sou forçado a concluir que aquilo que me agrada ou desagrada nas mulheres não é tão diferente daquilo que me agrada ou desagrada nas pessoas em geral. Trata-se de temperamento e de personalidade, nunca de currículo. O que a pessoa tem, fez ou sabe tende a ser uma consequência do que ela é – e nesse pedaço do “ser” se fixa o meu interesse.
Feitas essas ressalva, vamos à descrição da Mulher Ideal, com tudo o que ela tem de arbitrário e pessoal. Talvez ajude algum sujeito por aí a entender as suas próprias preferências. Talvez ajude as mulheres a refletir sobre o que vai pela cabeça conturbada dos homens:
Quando eu penso na mulher ideal, o primeiro adjetivo que me vem à mente é afetuosa. Aprendi, com o passar dos anos, que gosto de ter ao meu redor gente que se vincula e que demonstra carinho, sem ser chata. Racionalidade e distanciamento são virtudes importantes, mas elas não me comovem. Eu gosto de mulher doce.
Outra coisa da qual eu gosto é elegância, entendida como um jeito de se relacionar com o mundo e com as pessoas. Não se trata apenas de roupas. A elegância de que eu falo começa no jeito de andar, mas se expressa, sobretudo, em atitudes e palavras. É uma mistura de harmonia, altivez e senso de humor. Eu me incomodo cada vez mais com grossura e vulgaridade.
Tolerância é fundamental. Todo mundo que tem algum conhecimento sobre si mesmo sabe que seres humanos são falíveis e contraditórios. É preciso apreciar a diversidade dos comportamentos e olhar para os demais com generosa ironia. Mulheres bravas, que só recriminam as pessoas em volta, me trazem más recordações.
Eu gosto de gente rebelde. Não precisa ser a Rosa de Luxemburgo, mas alguma dose de indignação e engajamento é essencial. Pessoas que não percebem as injustiças ou não se incomodam com elas me incomodam. Gente que só olha para a própria barriga também não me vai. A mulher ideal tem de ser cúmplice quando o sujeito estiver exasperado com o andamento do mundo.
Olhando para trás, percebo que eu aprecio a originalidade. Não gosto de mulher igual às outras mulheres, por mais bonita que seja. Quem se confunde com o bando não me atrai. As pessoas têm de ter luz própria, personalidade, estilo. Defeitos, talvez. É isso que as torna interessantes e, às vezes, indispensáveis – onde você vai arrumar outra mulher como aquela se ela é única?
Beleza é essencial, claro – mas ela vem em vários formatos. Loira, alta, magra e de olhos azuis? Não precisa. Cabelos castanhos são lindos, opulência é sensacional, baixinhas são sexy e há dezenas de formatos de rostos irresistíveis. Existem também a graça e a sensualidade, sem as quais a beleza fica muda. Na vida real não se aplica o padrão das passarelas ou mesmo das novelas, mas beleza ainda faz diferença.
Por fim, eu admiro as mulheres leves. Não, não se trata de magreza. É um jeito de olhar para a vida sem mágoas, com curiosidade e interesse. É a facilidade de rir e de se surpreender, de ficar feliz. O oposto disso é a mulher amarga, rancorosa, mal humorada. Isso afasta.
Haveria outras coisas a acrescentar ao perfil da Mulher Ideal: inteligência, independência e até mesmo, como diria Vinícius de Moraes, uma indefinível e ocasional melancolia. Mas o que temos na lista é suficiente para marcar o meu ponto de vista e começar a discussão. Existe ou não a Mulher Ideal?
(Ivan Martins escreve às quartas-feiras na Época: http://revistaepoca.globo.com)
Engraçado que o padrão de mulher ideal para os homens é totalmente diferente do nosso padrão. Penso que deveríamos escutar mais os conselhos deles, talvez assim, sejamos mais realizadas e felizes.
ResponderExcluirAdorei o texto, obrigada! Beijos
Em parte eu acho que seria possível, "ser a mulher ideal", só que assim como os homens, temos desejos que são frustrados, hormônios que não temos um controle absoluto, casa, trabalho, “filhos”, enfim outros fatores aos quais todas nós sabemos que quer queira ou não interferem no nosso estado de espírito e não conseguimos ser ASSIM, Perfeita... sim porque o sr. Ivan Martins, fala e “sonha” são nas qualidades das mulheres que já passaram pela vida dele.
ResponderExcluirE Paulinha meu amor, procurar ser uma mulher melhor ou pessoa melhor faz parte da evolução, do crescimento de todas nós, mas não perceber e não achar normal que todos esses fatores externos influenciam no nosso estado de espírito, vai fazer com que nos tornemos oprimidas, sufocadas.
As mulheres assim como os homens têm seus momentos de indignação, de revolta, “de loucura” e isso tudo faz parte de uma mulher se não PERFEITA na idealização dos homens, uma mulher REAL.
Tentar melhorar como pessoa sempre, evolução NUNCA SUBMISSÃO!